A Base Aérea de Fortaleza – BAFZ remonta a 15 de maio 1933, quando foi criado, pelo Decreto nº 22.735, o 6º Regimento de Aviação – 6º RAv da antiga Aviação Militar do Exército. As atividades do 6º RAv tiveram início com a ativação de seu Núcleo a 21 de setembro de 1936, recebendo três biplanos WACO CPF F-5.
O Núcleo passou a constituir o 6º Corpo de Base Aérea em 1939 o qual, por sua vez, assumiu a denominação de Base Aérea de Fortaleza, com a criação da Força Aérea Brasileira a 22 de maio de 1941.
Sendo situada no Nordeste do país, um importante papel estava reservado à BAFZ durante a IIª Guerra Mundial. Temendo uma possível invasão do Brasil através daquela região pelos países do Eixo, a partir de Dakar, e com os sucessivos ataques de submarinos alemães e italianos a navios mercantes brasileiros, o governo brasileiro cedeu o uso de bases naquela região do país aos Estados Unidos, a partir de 1941. Em contrapartida, o Brasil começou a ter suas forças armadas reequipadas com material norte-americano.
Dessa forma, o primeiro lote de aeronaves modernas chegou ao Brasil no início de 1942, compreendendo doze caças Curtiss P-36A, dois Douglas B-18 Bolo e seis NA B-25B Mitchell. Essas aeronaves foram utilizadas por uma unidade formada especialmente para treinar o pessoal da FAB em seu uso, com o apoio de pessoal das U.S. Army Air Forces: o Agrupamento de Aviões de Adaptação, sediado na BAFZ.
Imediatamente, essas aeronaves, incluindo os caças P-36A, foram utilizadas para a patrulha marítima. No entanto, foi um dos B-25B daquela unidade – sob o comando do Cap.-Av. Parreiras Horta (FAB) e composta pelos Cap.-Av. Pamplona (FAB), 1st Lt. Schwane (USAAF), Sgt. Yates (USAAF), S/Sgt. Tyler (USAAF) e S/Sgt. Robinson (USAAF) – que realizou o primeiro ataque de uma aeronave da FAB a um submarino inimigo quando, às 14 horas do dia 22 de maio de 1942, surpreendeu um submarino alemão navegando na superfície, o qual imediatamente reagiu com forte tiro de artilharia antiaérea.
Em 1944 foi criado na BAFZ o 4º Grupo de Bombardeio Médio – 4º GpBM, equipado com as aeronaves Lockheed A-28A Hudson e, posteriormente, com os B-25J Mitchell. As tripulações do 4º GpBM realizaram missões de patrulha marítima até o final da guerra; após, inúmeras tripulações de bombardeio foram formadas por aquela unidade.
Em 24 de março de 1947, o 4º GpBM foi redenominado 4º Grupo de Aviação, e seu 1º Esquadrão – 1º/4º GAV foi ativado em 1948. O 1º/4º GAV foi uma unidade de bombardeio até 1956, quando foi transformado em unidade de treinamento de caça, recebendo os Republic P-47 Thunderbolt do 2º/5º GAV.
A BAFZ e o 1º/4º GAV entraram na era do jato em maio de 1958, quando foram recebidos trinta e três Lockheed F-80C Shooting Star, utilizados somente por aquele esquadrão. Em 1966, os Lockheed T-33 foram recebidos e utilizados juntamente com os F-80C até 1973, quando foram substituídos pelos EMBRAER AT-26 Xavante, utilizados até hoje.
Desde 25 de novembro de 1986 a BAFZ sedia o 5º/1º Grupo de Comunicações e Controle, com a missão de operar sistemas táticos de radar, com os quais é possível atender de forma segura à aproximação de aeronaves em condições adversas, operacionais ou meteorológicas.
Atendendo às necessidades do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, foi criado e ativado na BAFZ, em 30 de maio de 1992, o Destacamento de Proteção ao Voo, Detecção e Telecomunicações nº 26 – DPVDT-26, o qual é responsável pela operação e manutenção dos equipamentos de proteção ao voo e detecção de telecomunicações.
Em 9 de janeiro de 2002, o 1º/4º GAV foi transferido para a Base Aérea de Natal – BANT e, em seu lugar, a BAFZ passou a sediar o 1º/5º GAV, o qual veio transferido da BANT.
* Agradecimentos à BAFZ e ao Cap.-Inf. R. Hebmuller pela colaboração na preparação desta página.
Bibliografia:
- Histórico da Base Aérea de Fortaleza.