Atlas Impala Mk 2 AT-26A

O Atlas Impala Mk. 2 é a versão produzida sob licença, na África do Sul, do Aermacchi MB-326K.

O MB-326K é uma aeronave de ataque ao solo, dotada de dois canhões internos DEFA 553 de 30mm, monoplace, desenvolvida a partir do MB-326G. O MB-326K teve a fuselagem reforçada, com blindagem instalada na cabine; ailerons com comando hidráulico, para melhor resposta; seis pilones subalares, capaz de transportar até 1.814kg de armamento (bombas, foguetes e casulos de metralhadoras ou canhões), além de casulos de reconhecimento. Dois mísseis ar-ar Matra Magic, com guiagem infravermelha, podiam ser transportados nos pilones subalares.

A empresa sul-africana Atlas já tinha experiência, desde 1966, na montagem e fabricação do MB.326G (conhecido como Impala Mk. 1) e, em 1974, a Atlas obteve a licença para produzir o MB.326K, o qual foi designado Impala Mk. 2 pela South African Air Force (SAAF). Os primeiros 13 exemplares foram produzidos na Itália e montados na África do Sul, e os restantes 86 foram produzidos pela Atlas. A principal diferença entre o MB-326K e o Impala Mk 2 reside no uso do turbojato Rolls-Royce Viper 20 Mk 540, o mesmo do MB-326G.

Os Impala Mk 2 foram utilizados pelo Esquadrão Nº 85 da SAAF e pelos esquadrões nº 4 e 8 da Active Citizen Force (força de reserva da SAAF), em missões contra as guerrilhas angolanas e namíbias. As aeronaves são dotadas de equipamentos de auto-defesa (“chaff”/”flare”) e detecção de iluminação por radar.

No Brasil

Com a aquisição dos treinadores a jato BAE Hawk 127 pela SAAF, os Impala Mk 1 e Impala Mk 2 entraram em processo de desativação, o qual foi finalizado em 30 de novembro de 2005.

Em 2005, buscando estender a vida útil dos AT-26 Xavante até 2014, a FAB adquiriu diretamente da SAAF quatorze exemplares completos do Impala Mk. 2, além de 12 motores Viper 20 Mk 540.

Ao serem recebidos e inspecionados pelo Parque de Material Aeronáutico do Recife (PAMA-RF), constatou-se que as aeronaves tinham no máximo 3.000 horas de voo. Sete das aeronaves em melhores condições de uso foram revisadas e adequadas pelo PAMA-RF. A primeira a ser completada foi designada AT-30 e matriculada 4630, mas depois a designação foi modificada para AT-26A.

AT-26A 4635 (foto Ricardo Hebmüller).

No entanto, apenas cinco das aeronaves (as de matrículas FAB 4630, 4631, 4632, 4634 e 4635) foram entregues ao 1º/4º Grupo de Aviação, sediado na Base Aérea de Natal, em março de 2006. Essas aeronaves foram desativadas em 2010.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Atlas Impala Mk 2 AT-26A)

  • Motor: um turbojato Rolls-Royce Viper 20 Mk 540 de 1.547 kg de empuxo
  • Envergadura: 10,85 m
  • Comprimento: 10,65 m
  • Altura: 3,72 m
  • Superfície alar: 19,35 m2
  • Peso: 2.865 kg (vazio); 4.577 kg (máximo)
  • Velocidade: 867 km/h (máxima)
  • Razão de ascensão: 1.845 m/min
  • Alcance: 2.130 km
  • Armamento: dois canhões DEFA 553 de 30mm, com 125 cartuchos cada, na fuselagem; seis pilones subalares, com capacidade de carga de até 1.814 kg, incluindo bombas, casulos de foguetes não-guiados, casulos de metralhadoras/canhões e de reconhecimento fotográfico.

Perfis

AT-26A 4630, 1º/4º Grupo de Aviação – aeronave ainda nas cores da Força Aérea Sul-Africana.
AT-26A 4635, 1º/4º Grupo de Aviação.

Bibliografia:

  1. Second batch of SA aircraft sold to Brazil. Visitado em 09/05/2006.
  2. History and final phasing-out of the Impala MK I & MK II. Visitado em 09/05/2006.
  3. J. Flores Jr., “Aeronaves Militares Brasileiras – 1916 – 2015”, Action Editora, Rio de Janeiro, 2015.
  4. G. Goebel, The Aermacchi MB-326, MB-339, & M-346. Visitado em 09/05/2006.