Morane-Saulnier MS760 Paris C-41

C-41 2911 (via A. Camazano A.)

Em 29 de janeiro de 1953, levantou voo pela primeira vez o Morane-Saulnier MS755 Fleuret, um treinador a jato de dois lugares (lado a lado), com cauda em “T” e equipado com duas turbinas Turboméca Marboré de 400kgf de potência cada. O Fleuret foi oferecido ao Armée de l’Air – AdA francês, o qual buscava um substituto para os seus Lockheed T-33 Thunderbird, mas não foi bem sucedido, pois o AdA escolheu o Fouga CM170 Magister.

Apesar disso, a Morane-Saulnier projetou uma nova aeronave, tomando por base o MS755, estendendo-o para permitir transportar 4 tripulantes, sentados dois a dois. Surgiu assim o MS760 Fleuret 2, que realizou seu primeiro vôo em 29 de julho de 1954.

O MS760 foi redenominado Paris em 23 de setembro de 1954 e foi com esse nome que ele conquistou seu lugar na história da aviação, como o primeiro jato treinador de quatro lugares, aeronave de ligação e executivo. Foram construídos 157 exemplares e foi utilizado principalmente pelo AdA, Aéronavale (força aeronaval francesa), Fuerza Aérea Argentina e Força Aérea Brasileira, além de líderes de Estado (como o Xá do Irã e o príncipe herdeiro do Marrocos), magnatas e artistas de cinema.

No Brasil

Em 1960, a FAB adquiriu 30 aeronaves MS760, as quais foram designadas C-41 e matriculadas FAB 2910 a 2939.

C-41 2936 (via A. Camazano A.)

Essas aeronaves foram utilizadas pelo Grupo de Transporte Especial, durante 1960-1961, na ponte aérea Rio de Janeiro-Brasília, transportando os ministros de Estado durante a fase de implantação da nova capital brasileira; pelo 2º/5º Grupo de Aviação, para instrução, de 1961 a 1962; e pela Esquadrilha da Fumaça, como aeronave de apoio, de 1969 a 1974.

C-41 2922 (via A. Camazano A.)
C-41 2922, Esquadrilha da Fumaça (via A. Camazano A.)

Outros órgãos que os utilizaram foram os quartéis-generais das cinco Zonas Aéreas, a Escola de Aeronáutica, a Base Aérea do Galeão e o Comando Aerotático Terrestre (CAT TER) e o Comando Aerotático Naval (CAT NAV).

C-41 2918 (via N.L. Senandes).

Em 1962, ocorreram os dois acidentes do C-41 na FAB: o C-41 2930 acidentou-se em Natal-RN, no dia 25 de maio, e o C-41 2926 acidentou-se em Nova Lima-MG, no dia 29 de outubro.

Em 1968, 22 C-41 – FAB 2910, 2912, 2913, 2915 a 2921, 2924, 2927 a 2929, 2931 e 2933 a 2939 – foram trocados por 7 aeronaves Fouga CM170 Magister, os quais foram comprados para equipar a Esquadrilha da Fumaça. O C-41 permaneceu em uso até 1974, como aeronave de apoio da Esquadrilha da Fumaça.

* Agradecimentos ao Cel.-Av. R1 Aparecido Camazano Alamino pela colaboração na preparação dessa página.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Morane-Saulnier MS760 Paris C-41)

  • Motor: 2 turbojatos Turboméca Marboré II de 880 lb de empuxo
  • Envergadura: 10,15 m
  • Comprimento: 10,05 m
  • Altura: 2,60 m
  • Superfície alar: 18,00 m2
  • Peso: 1.945 kg (vazio); 3.740 kg (máximo)
  • Velocidade: 650 km/h (máxima)
  • Razão de ascensão: 650 m/min
  • Teto de serviço: 10.000 m
  • Alcance: 1.500 km

Perfis

C-41 2932, com emblema do Comando-Geral do Ar na deriva.
C-41 2916.
C-41 2915.
C-41 2922, Esquadrilha da Fumaça, 1972.

Bibliografia:

  1. F.C. Pereira Netto, “Aviação Militar Brasileira 1916-1984”, Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.
  2. G. Frison. Morane-Saulnier Paris – The World’s First Bizjet. In: Planet Aerospace 17, p. 78-79.