Embraer P-95 Bandeirante Patrulha

P-95B 7108, 2º/7º GAV (foto Rudnei Dias da Cunha).

Em meados da década de 1970, o Ministério da Aeronáutica – MAer solicitou à Embraer o desenvolvimento de uma aeronave de patrulha marítima, para substituir os Lockheed P2V-5 Neptune então em uso. Em 1975, a Embraer apresentou o projeto do EMB-111A Bandeirante Patrulha ao MAer, e doze aeronaves foram adquiridas em 1976.

Desenvolvido a partir do EMB-110 Bandeirante, o EMB-111A apresentava como principais características o nariz em forma de dedal, abrigando um radar de busca marítima AN/APS-128 Super Searcher, bem como os tanques de ponta de asa (os mesmos instalados no Embraer EMB-326GB Xavante); um potente farol de busca, com 50 milhões de candelas, foi instalado no bordo de ataque da asa direita. Em termos de armamento, o EMB-111A transportava foguetes não-guiados (6x127mm HVAR ou 4 casulos 7x70mm), cargas de profundidade e bombas, instalados em pilones subalares.

Designados como P-95 pela FAB, as aeronaves receberam inicialmente as matrículas FAB 2260 a FAB 2271, sendo posteriormente alteradas para FAB 7050 a FAB 7061. Entregues entre 1978 e 1980, os P-95 foram destinados inicialmente ao 1º/7º Grupo de Aviação e, posteriormente, ao 2º/7º Grupo de Aviação.

P-95B 7105, 1º/7º GAV (foto R. Hebmüller).

Entre agosto de 1980 e novembro de 1981, alguns P-95 do 1º/7º GAV foram transferidos ao 2º/10º Grupo de Aviação, enquanto não eram entregues os SC-95B.

Em 1982, durante a Guerra das Falklands, a FAB transferiu duas aeronaves – P-95 7058 e P-95 7060, então em uso pelo 1º/7º GAV – para o Comando de Aviación Naval Argentino – CANA. Essas aeronaves foram pintadas em dois tons de cinza e matriculadas 2-P-201 e 2-P-202, respectivamente, e utilizadas em missões de guerra, incluindo a detecção de navios britânicos para ataques aéreos. Ao final do conflito, as aeronaves foram devolvidas ao Brasil e, após revisão pela EMBRAER, foram retornadas ao serviço ativo na FAB.

Em 1984, com a desativação dos Grumman P-16A Tracker e Grumman UP-16 Tracker, o 2º/1º Grupo de Aviação Embarcada recebeu alguns P-95.

P-95A 7060, 1º GAE (foto R. Hebmüller).

Dois P-95 foram perdidos em acidentes, em 1984 (P-95 7054) e em 1985 (FAB 7053). As restantes 10 aeronaves foram modernizadas em 1988, recebendo equipamentos ECM, ESM e FLIR; o farol de busca foi retirado. Após a modernização, as aeronaves foram redesignadas como P-95A, e destinadas ao 2º/7º GAV.

No mesmo ano de 1988, foram adquiridos 10 exemplares da versão P-95B, a qual incorporou os sistemas ECM, ESM e FLIR instalados na versão P-95A. O P-95B tem os estabilizadores horizontais em diedro, como os da versão C-95C. Matriculados como FAB 7100 a FAB 7109, foram inicialmente distribuídos ao 1º/7º GAV.

Em 1990, o P-95B 7102 foi perdido em acidente. Nesse mesmo ano, alguns P-95A do 2º/7º GAV foram destinados ao recém-criado 3º/7º GAV.

P-95A 7059, 3º/7º GAV (foto R. Hebmüller).

Em 1996, com a desativação dos Grumman P-16E Tracker, o 1º Grupo de Aviação Embarcada recebeu alguns P-95A (em 1999, o 1º GAE foi extinto e criado o 4º/7º GAV). Com isso, o 2º/7º GAV passou a operar os P-95B, transferidos do 1º/7º GAV.

P-95B 7107, 2º/7º GAV (foto R. Hebmüller).

Uma peculiaridade dos Bandeirante Patrulha – ou “Bandeirulha” – é o fato de cada exemplar ter sido batizado com o nome de um pássaro marítimo, como por exemplo o P-95/P-95A 7050 “Gaivota”, P-95/P-95A 7054 “Martim Pescador”, P-95B 7102 “Carmarão” e P-95B 7107 “Urussanga”.

Em 2008, nove P-95B foram selecionados para serem modernizados e elevados ao padrão P-95BM, os quais dispõem de aviônica digital, produzida pela AEL Sistemas, ar-condicionado, novos sistemas de comunicação, radar Seaspray 5000E, torreta de visão infravermelha (FLIR) e suíte de contramedidas eletrônicas. Essa versão equipará os 2º/7º GAV e 3º/7º GAV, e as primeiras entregas estavam previstas para 2015.

P-95BM 7103, 2º/7º GAV (foto A. Camazano A.)

Em 2011, os P-95B deixaram de ser operados pelo 1º/7º GAV, sendo substituídos pelos Lockheed P-3AM.

* Agradecimentos ao Cel.-Av. R1 Aparecido Camazano Alamino pela colaboração na preparação dessa página.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Embraer EMB-111 Bandeirante Patrulha P-95)

  • Motor: 2 turboélices Pratt&Whitney PT6A-34 de 750 shp
  • Envergadura: 15,95 m
  • Comprimento: 14,91 m
  • Altura: 4,91 m
  • Superfície alar: 29,00 m2
  • Peso: 5.150 kg (vazio), 7.000 kg (máximo)
  • Velocidade: 385 km/h (máxima)
  • Razão de ascensão: 365,76 m/min
  • Teto de serviço: 7.224 m
  • Alcance: 3.250 km
  • Armamento: 6 foguetes de 127 mm, ou 4 casulos de foguetes 7x 70 mm, ou cargas de profundidade ou bombas, sob as asas.

Perfis

P-95 7058 “Alca”, 1º/7º Grupo de Aviação.
P-95 7059 “Biguá”, 2º/10º Grupo de Aviação.
P-95 7060 “Arapara”, 2º/7º Grupo de Aviação.
P-95 7052 “Taiaçu”, 1º/7º Grupo de Aviação.
EMB.111 2-P-201, ex-FAB 7058, Comando de Aviación Naval Argentino, 1982.
EMB.111 2-P-202, ex-FAB 7060, Comando de Aviación Naval Argentino, 1982.
P-95A “Talha Mar” 7055, 3º/7º Grupo de Aviação.
P-95A 7060, 2º/1º Grupo de Aviação Embarcada.
P-95A 7050, 4º/7º Grupo de Aviação.
P-95B 7104 “Fragata”, 2º/7º Grupo de Aviação.
P-95B 7105 “Guará”, 1º/7º Grupo de Aviação.

Bibliografia:

  1. R.D. da Cunha, “Brazilian Bandits – The Embraer Bandeirante”. In: AirForces Monthly, Stamford, p.68-72, Junho de 2005.
  2. J. Flores Jr., “Aeronaves Militares Brasileiras – 1916 – 2015”, Action Editora, Rio de Janeiro, 2015.