Embraer A-29 Super Tucano

A-29 5702 (foto Força Aérea Brasileira).

O Embraer EMB-314 Super Tucano surgiu como desenvolvimento do treinador EMB-312 Tucano. Em 1984, foi desenvolvida uma variante do EMB.312 para a Royal Air Force, o EMB-312G1 (construído sob licença na Irlanda do Norte como Shorts Tucano T.1), o qual era equipado com um motor turboélice Garret TPE331-12B (300HP mais potente do que o motor turboélice Pratt&Whitney Canada PT6A-25C de 750SHP que equipa o EMB-312). Isso levou a EMBRAER a desenvolver uma nova versão do Tucano, mais possante, designada EMB-312H (“H” de “helicopter-killer”, já que uma das missões planejadas para a nova versão era a destruidor de helicópteros).

O desenvolvimento dessa nova versão, no início da década de 1990, coincidiu com a concorrência para equipar a US Air Force – USAF com um novo treinador, através do programa “Joint Primary Aircraft Training System” – JPATS. Baseado na versão britânica, o EMB-312H recebeu extensões na fuselagem, no nariz (para abrigar um motor mais potente, o P&WC PT6A-67R de 1.600shp) e na porção traseira; foi dotado também do freio aerodinâmico ventral utilizado pela primeira vez na versão britânica. A aeronave foi dotada de um sistema autônomo de geração de oxigênio (OBOGS), cabine pressurizada e provisão para uso de traje anti-G. Assim configurada, o EMB-312H foi demonstrado nos EUA e, posteriormente, foi instalado o motor P&WC PT6A-68 (acrobático) e um painel de instrumentos digital, atendendo aos requisitos do programa JPATS. Designado como EMB-312H(J), a aeronave não foi a vencedora do JPATS, mas a partir dela foi desenvolvido o EMB-314 Super Tucano.

Em 1995, a Embraer foi contratada pela FAB para desenvolver o EMB-314, conhecido como ALX (Aeronave Leve de Ataque), e otimizada para operação nas condições amazônicas. O primeiro exemplar foi completado em 1999 e, em 2001, um contrato foi assinado para suprir a FAB com 76 aeronaves, com opções para mais 23. Posteriormente a FAB exerceu sua opção de compra, elevando o total a ser operado para 99 aeronaves.

A-29A 5704 (foto Leandro Casella).

 

A-29B 5916 (foto Rudnei Dias da Cunha).

Designado como A-29 pela FAB, o Super Tucano é uma aeronave de ataque e de treinamento avançado. Disponível em duas versões, A-29A (monoplace) e A-29B (biplace), é dotado de modernos aviônicos, painel de instrumentos digital com um “head-up display” (HUD), e sensores para detecção passiva de alvos terrestres. Dotado de duas metralhadoras calibre 12,7mm fixas nas asas, o A-29 pode transportar uma variada gama de armamentos, incluindo mísseis ar-ar guiados a infravermelho (MAA-1 Piranha), lançadores de foguetes não-guiados e bombas explosivas ou incendiárias, além de tanques externos de combustível, em cinco estações (quatro subalares e uma ventral).

O A-29 encontra-se em operação desde setembro de 2004. O primeiro esquadrão a utilizar a aeronave foi o 2º/5º GAV, em substituição aos AT-26 Xavante, tornando-se responsável pela formação dos pilotos de A-29.

Em 2005, os 1º/3º GAV e 2º/3º GAV receberam seus A-29 e, em 2006, foi a vez do 3º/3º GAV. Esses três esquadrões operam na região Amazônica e no oeste do Brasil, em missões de policiamento do espaço aéreo brasileiro, cooperando, decisivamente, no combate ao narcotráfico.

O último esquadrão a receber o Super Tucano foi o Esquadrão de Demonstração Aérea, em 2012, também em substituição aos T-27.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Embraer A-29 Super Tucano)

  • Motor: um turboélice P&WC PT6A-68/3 de 1.600 shp
  • Envergadura: 11,14 m
  • Comprimento: 11,42 m
  • Altura: 3,90 m
  • Peso: 2.420 kg (vazio); 4.918 kg (máximo na decolagem)
  • Velocidade: 560 km/h (máxima)
  • Razão de ascensão: 1.425 m/min
  • Alcance: superior a 1.500 km
  • Autonomia: 6h30min
  • Armamento: 2 metralhadoras FN Herstal 12,7 mm nas asas; até 1.500Kg de armamento em cinco estações (quatro subalares e uma ventral).

Perfis:

YA-29 5700.
YAT-29 5900.

 

A-29A 5701.
A-29A 5702.
A-29A 5717, Esquadrão de Demonstração Aérea.
A-29B 5916, 2º/5º Grupo de Aviação.
A-29B 5949, 2º/5º GAV – pintura comemorativa das 90.000 horas de voo no A-29 pelo Esquadrão.
A-29B 5902.
A-29B 5916, 2º/5º Grupo de Aviação, com a logomarca da I Força Aérea no leme.
A-29B 5929, 3º/3º Grupo de Aviação.
A-29B 5956, 2º/5º Grupo de Aviação, com a logomarca da I Força Aérea no leme.
A-29B 5964, Esquadrão de Demonstração Aérea.

Bibliografia:

  1. Air Force Technology – EMB-314 SUPER TUCANO / ALX TRAINER / LIGHT ATTACK AIRCRAFT. http://www.airforce-technology.com/projects/super_tucano/. Visitado em 31/10/2005.
  2. C. Lorch. Tucanão Operacional – Entra em serviço na FAB o A-29. In: Revista Força Aérea, Ano 9, Nº 33, pp.24-45. Dez/Jan/Fev 2003-2004. Action Editora, Rio de Janeiro, RJ.
  3. E. Valente. Aprovado – O A-29 entra em operação na FAB. In: Revista Força Aérea, Ano 10, Nº 39, pp.36-45. Jul/Jul/Ago 2005. Action Editora, Rio de Janeiro, RJ.