1º Grupo de Aviação Embarcada

1º Grupo de Aviação Embarcada

O 1º Grupo de Aviação Embarcada foi criado em 6 de fevereiro de 1957, na Base Aérea de Santa Cruz. Sua missão era a de operar as aeronaves de asa fixa a bordo do NAeL (navio aeródromo leve) “Minas Gerais”, da Marinha do Brasil.

O 1º GAE era formado por dois esquadrões. Originalmente, era previsto que um deles utilizaria aeronaves de caça e outro utilizaria aeronaves de guerra antissubmarina. Quando a Marinha decidiu por operar o “Minas Gerais” como porta-aviões antissubmarino, o esquadrão de caça foi substituído por um esquadrão de helicópteros antissubmarino. Dessa forma, o 1º GAE passou a ser constituído pelo 1º/1º GAE, que operaria os aviões, e o 2º/1º GAE, que operaria os helicópteros.

Assim, a FAB adquiriu doze aeronaves Grumman S-2A Tracker; denominados como P-16 pela FAB, doze aeronaves foram recebidas a partir de 1961. No ano seguinte, chegaram ao Brasil os seis helicópteros Sikorsky SH-34G.

2º/1º GAE

O emblema do 2º/1º GAE refletia a sua missão: um helicóptero pairando no ar, com seus tripulantes ouvindo os ecos do sonar na guerra antissubmarina.

O código rádio do 1º GAE, “Cardeal”, surgiu quando do traslado dos P-16 dos EUA para o Brasil. Ao realizarem uma parada, a tripulação do C-82A do 1º Grupo de Transporte de Tropas que os acompanhava, viu as tripulações do 1º GAE vestindo macacão de voo laranja e um boné vermelho, bastando para que a tripulação do C-82A os apelidasse de “cardeais”, e o nome acabou sendo adotado pelo 1º GAE.

O 1º GAE esteve envolvido no episódio da “Guerra da Lagosta”. Em 1963, navios pesqueiros franceses haviam sido apreendidos pelas autoridades brasileiras por estarem pescando sem autorização dentro do mar territorial brasileiro. O governo francês enviou então o destroier “Tartu” para a costa brasileira, ao largo de Fernando de Noronha, em protesto contra a apreensão dos pesqueiros. Dentre as unidades da FAB e da Marinha do Brasil despachadas para fazer frente ao “Tartu”, encontrava-se o 1º GAE, o qual manteve quatro P-16, armados com foguetes, sobrevoando o navio francês até a retirada do mesmo.

No entanto, a Marinha reivindicava o direito de operar aeronaves de asa fixa, o que era prerrogativa da FAB desde a sua criação, em 1941. Essa disputa adquiriu proporções de tal monta que o governo teve de intervir, acabando por decretar, em 1965, que caberia à Marinha operar apenas helicópteros. Dessa forma, o 2º/1º GAE foi desativado e seus SH-34G foram transferidos para a Marinha.

Com a disputa encerrada, finalmente os Tracker da FAB puderam operar a bordo do NAeL. A primeira aterrisagem de um P-16 no “Minas Gerais” foi realizada no dia 22 de junho de 1965 pelo Ten.-Av. Antonio Claret Jordão.

Em 1974, foram adquiridos oito S-2E, vindos de estoques da marinha norte-americana. Com a aquisição da nova versão, os P-16 foram designados como P-16A, enquanto os S-2E receberam a designação P-16E. Cinco P-16A foram convertidos para UP-16 entre 1975 e 1987, para missões de transporte logístico.

Os P-16E foram operados exclusivamente pelo 1º/1º GAE e os P-16A e UP-16 passaram a ser operados pelo 2º/1º GAE, reativado para esse propósito. Com a desativação dos P-16A e UP-16 em 1984, o 2º/1º GAE recebeu os Embraer P-95A Bandeirante Patrulha.

Em 1996, foram desativados os P-16E, encerrando assim uma grandiosa fase na história do 1º GAE e da Força Aérea Brasileira, tendo o Grupo passado a operar exclusivamente os P-95A.

Como não havia mais a possibilidade de operar a bordo de porta-aviões, em 1998 o 1º GAE foi extinto, sendo substituído pelo 4º/7º Grupo de Aviação.

Bibliografia:

  1. N.F. Lavenère-Wanderley, “História da Força Aérea Brasileira”, 2ª Ed.
  2. C. Lorch e J. Flores Jr., “Aviação Brasileira – sua história através da arte”, Action Editora, Rio de Janeiro, 1994.
  3. F.C. Pereira Netto, “Aviação Militar Brasileira 1916-1984”, Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.
  4. Revista Força Aérea, Ano I, Nº 4, Action, Setembro/Outubro 1996.