1º/2º Grupo de Transporte – Esquadrão “Condor”

1º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte

Em 21 de setembro de 1959 foi criado o 1º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte, através da Portaria Reservada nº 58/GM3. O Esquadrão foi ativado a 1º de outubro do mesmo ano, na Base Aérea do Galeão, onde está sediado até hoje.

O Esquadrão “Condor” realiza missões de transporte aéreo de pessoal e material, ressuprimento aéreo, aerotransporte, evacuação aérea e evacuação aeromédica, atendendo também a missões de apoio às atividades do Exército e Marinha e de demais órgãos governamentais.

O Esquadrão foi inicialmente equipado com as aeronaves Douglas C-54G Skymaster, doze das quais foram adquiridas pela FAB e registradas de 2400 a 2411; os dois primeiros exemplares foram recebidos pelo Esquadrão em 13 de abril de 1960. Com a grande capacidade de carga do C-54 – capaz de transportar 44 passageiros e 9.000Kg de carga – o Esquadrão passou a ter um papel cada vez mais importante nas missões desempenhadas a serviço do Correio Aéreo Nacional – CAN, substituindo paulatinamente as aeronaves Douglas C-47 utilizadas à época.

Uma das principais missões realizadas pelo Esquadrão com as aeronaves C-54 foi o apoio ao Batalhão “Suez”, unidade de voluntários do Exército Brasileiro a serviço da Força de Emergência das Nações Unidas – FENU, sediada na Faixa de Gaza, Egito, de 1960 a 1967. Os C-54 substituíram os B-17G utilizados até então (operados pelo 1º/6º GAV), e realizaram um total de 85 missões, a última delas no dia 17 de maio de 1967, um dia após o pedido de retirada da FENU pelo governo egípcio.

Em 1960, o Esquadrão foi encarregado do transporte das urnas contendo os restos mortais dos “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira, mortos em combate na Itália durante a IIª Guerra Mundial, os quais encontravam-se no Cemitério Militar Brasileiro em Pistóia. Durante o voo de regresso, a aeronave C-54 2401 acidentou-se em Lisboa; felizmente as urnas não foram danificadas, apesar da aeronave ter sido perda total.

Os C-54G foram utilizados até 31 de dezembro de 1968. Em 31 de março do ano seguinte, o Esquadrão recebeu seis aeronaves Avro 748 Srs 204/205, designados C-91 na FAB. Essas aeronaves, de matrícula 2500 a 2505, eram oriundos da dotação do Grupo de Transporte Especial – GTE, onde haviam sido utilizados desde 29 de novembro de 1962 em missões de transporte de autoridades do governo brasileiro. No 1º/2º GT, passaram a desempenhar as missões de transporte aéreo atribuídas ao Esquadrão, inclusive o apoio ao CAN, em linhas regulares para a Argentina, Bolívia, Chile, EUA, México, Paraguai e Uruguai.

Das missões sobre a Cordilheira dos Andes, os tripulantes resolveram tomar como símbolo do Esquadrão o condor, a maior aeronave das Américas, dotada de grande envergadura, passando o 1º/2º GT a ser conhecido como Esquadrão “Condor”, desde o início da década de 80.

Em 1975, o Esquadrão passou a operar também seis aeronaves Hawker-Siddeley HS 748 Srs 281, uma versão configurada para transporte de tropas e carga; conhecidos como C-91A, os “Avrões” tem uma porta de carga no lado esquerdo da porção traseira da fuselagem, além de bancos dispostos lateralmente, ao contrário dos “Avrinhos”, os quais tem poltronas dispostas como em aeronaves de passageiros.

Os C-91/C-91A são aeronaves de extrema confiabilidade, o Esquadrão tendo mantido disponibilidades superiores a 80%, o que atesta também a dedicação das tripulações de terra em sua manutenção.

No dia 30 de setembro de 2005, realizou-se a cerimônia de retirada de serviço dos C-91/C-91A, os quais foram substituídos pelos EMBRAER C-99A.

Bibliografia:

  1. F.C. Pereira Netto, “Aviação Militar Brasileira 1916-1984”, Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.
  2. M. Mendonça, “Nas Asas do Condor – 40 Anos do 1º/2º Grupo de Transporte”. In: Revista Força Aérea, Ano 4, Nº 16, Set/Out/Nov 1999, pp. 34-43.