1º/1º Grupo de Aviação de Caça – Esquadrão “Jambock”

1º Esquadrão do 1º Grupo de Aviação de Caça

O 1º/1º Grupo de Aviação de Caça – 1º/1º GAVCA tem suas origens no 1º Grupo de Aviação de Caça (1º Gp Av Ca), o qual foi a primeira Unidade Aérea da FAB a receber treinamento moderno de caça, durante a II Guerra Mundial. Criado a 18 de dezembro de 1943, o Grupo recebeu treinamento inicial na Zona do Canal, Panamá, onde participou das operações de defesa aérea daquele ponto estratégico, utilizando aviões Curtiss P-40C (outras versões mais modernas já se encontravam em uso no Brasil, na época).

Foi depois transferido para Suffolk, EUA, onde suas equipagens de voo e de terra fizeram a transição para o Republic P-47D-25 Thunderbolt, com os quais o 1º GAVCA foi enviado ao teatro de operações na Itália.

Ao cessar as hostilidades na Europa, com a rendição incondicional da Alemanha Nazista, o 1º Gp Av Ca desempenhou por um curto espaço de tempo as funções de tropa de ocupação. O retorno dos pilotos ao Brasil, em julho de 1945, foi via os EUA, onde 19 novos exemplares do Republic P-47D-40 Thunderbolt foram obtidos dos armazéns das USAAF (em substituição aos que, atribuídos ao Brasil, haviam sido deixados em Nápoles). Os 29 P-47D-25 veteranos da Campanha da Itália, foram desmontados e enviados ao Brasil por via marítima.

Ao regressar, o 1º Gp Av Ca passou a fazer parte do 1º Regimento de Aviação – 1º RAv, sediado na Base Aérea de Santa Cruz, juntamente com sua unidade coirmã – o 2º Grupo de Caça. Seu pessoal – pilotos e pessoal de terra – eram todos veteranos da Itália. Tendo trazido toda a experiência trazida da guerra, o 1º GAVCA foi fundamental na criação de uma “mentalidade de caça” na FAB, introduzindo novos conceitos operacionais até então desconhecidos. Hoje em dia, os veteranos afirmam que essa foi a principal contribuição deles à FAB no pós-guerra; a um alto custo, no entanto, pois vários daqueles pilotos, tendo sobrevivido às árduas missões de guerra na Itália, vieram a falecer em acidentes aéreos, enquanto transmitiam os seus conhecimentos às novas gerações de pilotos de caça.

Em 1947, a FAB foi reorganizada, tendo sido extintos os Regimentos de Aviação. As unidades aéreas foram redesignadas, e os 1º Gp Av Ca e 2º Gp Ca passaram a ser os 1º e 2º Esquadrões do 9º Grupo de Aviação (1º/9º G Av e 2º/9º G Av). Essa nova denominação não foi bem recebida pelos veteranos, pois com a perda do nome, perdia-se também um pouco da tradição da Aviação de Caça. Tal situação permaneceu até 14 de outubro de 1949, quando o 1º/9º G Av foi redesignado 1º/1º GAVCA (o 2º/9º GAV passou a ser o 2º/1º GAVCA).

O 1º/1º GAVCA utilizou os P-47D-40 trazidos dos EUA até maio de 1953, quando foram recebidos os primeiros caças a jato Gloster Meteor, de fabricação britânica – representando o ingresso da Aviação de Caça da FAB na era do jato. Inicialmente prateados, os Meteor F-8 (monoplace) e TF-7 (biplace) receberam posteriormente a aplicação de detalhes em azul no nariz, tomadas de ar das turbinas, pontas das asas e na seção traseira da fuselagem (essa pintura ficou conhecida como “ovo estalado”).

O 1º/1º GAVCA utilizou o Lockheed TF-33A a partir de 1968, em substituição aos Meteor (desativados em dezembro de 1966). Em 1972, foram recebidos os AT-26 Xavante, mas ambas aeronaves não eram caças puros e, portanto, não se prestavam idealmente às missões de defesa aérea e interceptação atribuídas ao esquadrão.

Tal situação foi remediada em 1975, quando começaram a ser recebidos os Northrop F-5E – aeronave utilizada até os dias de hoje pelo 1º/1º GAVCA.

Os F-5E são utilizados em um “pool” central, compartilhados pelos 1º/1º GAVCA e 2º/1º GAVCA (as bolachas dos dois esquadrões são utilizadas nos lados esquerdo e direito do leme, respectivamente).

Esses F-5E são camuflados em padrão “Southeast Asia USAF”, e apresentam uma quilha dorsal, bem como são dotados de capacidade de reabastecimento em voo; essas características os diferenciam dos F-5E operados pelo 1º/14º GAV.

O 1º/1º GAVCA mantém viva a tradição criada pelos “Avestruzes” do 1º GAVCA na Itália, utilizando a mesma bolacha e o código rádio – “Jambock”. Suas esquadrilhas tem também a designação típica da época da guerra – Vermelha, Amarela, Azul e Verde.

Bibliografia:

  1. C. Lorch, “A Caça Brasileira – nascida em combate”, Action Editora, Rio de Janeiro, 1993.
  2. J.E. Magalhães Motta, “Força Aérea Brasileira 1941-1961 – Como eu a vi…”, INCAER, Rio de Janeiro, 1992.
  3. Revista Força Aérea, Ano I, Nº 1, Action, Novembro 1995.