2º/2º Grupo de Transporte – Esquadrão “Corsário”

2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte

O 2º/2º Grupo de Transporte foi ativado pela Portaria nº 008/GM3, de 18 de janeiro de 1968, a partir de 20 de janeiro de 1968, na Base Aérea do Galeão, onde está sediado desde então.

O 2º/2º GT operou inicialmente o Douglas DC-6B, designado de C-118 na FAB. O 2º/2º GT deu apoio às atividades do Correio Aéreo Nacional e do Projeto RONDON, atividades estas que em muito contribuíram para integrar as comunidades do Norte do Brasil às demais regiões.

A FAB já dispunha anteriormente de aviões Lockheed KC-130E Hércules, operados pelos 1º/1º GT e 1º/1º Grupo de Transporte Tático, os quais realizavam as operações REVO, porém com dificuldade, tendo em vista as diferenças relativas de velocidade entre o avião-tanque e os caças a jato da FAB.

Em 1986-1987, a FAB adquiriu quatro Boeing 707 da VARIG (empresa de transporte aéreo civil brasileira). Os Boeing 707 foram modificados em Wichita, Kansas (EUA) em aviões de reabastecimento em voo (REVO), com capacidade secundária de carga, sendo denominados KC-137. Os quatro aviões receberam as matrículas FAB 2401, 2402, 2403 e 2404. O KC-137 FAB 2401 tinha seu interior modificado para o padrão de transporte VIP (mantendo, porém, sua capacidade REVO), e foi utilizado até 2005 para o transporte do Presidente da República em viagens oficiais.

O 2º/2º GT foi selecionado para operar o KC-137 e rapidamente tornou-se operacional, tendo absorvido alguns oficiais dos 1º/1º GT e 1º/1º GTT e realizado a conversão operacional ao KC-137 sob instrução da VARIG.

O 2º/2º GT apoiou longos deslocamentos de caças da FAB, para a participação em exercícios conjuntos nos EUA, como os “Tiger” e “Red Flag”, além de apoiar a participação de tropas brasileiras na MINUSTAH, no Haiti.

Em maio de 2013, o KC-137 2404 saiu da pista ao decolar do aeroporto internacional de Porto Príncipe, no Haiti, transportando 143 militares a bordo. Não houve vítimas, mas o acidente acabou por levar à desativação da frota de KC-137, os quais foram retirados de serviço em outubro do mesmo ano.

O esquadrão ficou sem aeronave alocada a ele até 10/07/2016, quando recebeu o Boeing C-767 2900. Esse “widebody” foi usado em diversas missões de transporte de tropas; já na sua primeira missão, em 14/07/2016, cem militares foram transportados desde Manaus, Boa Vista e Porto Velho até o Rio de Janeiro, para atuarem em apoio à realização dos Jogos Olímpicos. O C-767 também realizou uma viagem presidencial, em 06/07/2017.

Com o fim do contrato de “leasing” de 36 meses do C-767, a aeronave foi devolvida e, a partir daí, o esquadrão ficou sem aeronave incorporada, com suas tripulações participando de missões em outros esquadrões de transporte da FAB.

No entanto, a falta de uma aeronave de transporte aeroestratégico e de reabastecimento em voo com grande autonomia prejudicava a atuação da FAB. Em 18/04/2022, foram adquiridos dois Airbus A330-243, da companhia aérea Azul, com vistas a serem convertidas para o padrão A330 MRTT (Multi Role Tanker Transport).

No entanto, a fim de suprir rapidamente a lacuna existente na frota de aeronaves de transporte da FAB, a primeira aeronave foi recebida ainda sem a conversão para esse padrão. Designada como C-30 e com a matrícula FAB 2901, ela foi incorporada ao 2º/2º GT no dia 26/07/2022. Um núcleo inicial de pilotos do esquadrão foi treinado em 2022, pela Azul, para operar a aeronave.

O segundo A330-243 deverá ser convertido para o padrão MRTT nas oficinas da Airbus na Espanha (num processo que dura 20 meses), sendo prevista a sua incorporação à FAB em 2024, como KC-30 FAB 2902. Após, será a vez do FAB 2901 ser enviado para a Airbus para sofrer a conversão.

Bibliografia:

  1. C. Lorch, “Esquadrão Corsário – Os Tanqueiros do 2º/2º GT”. In: Revista Força Aérea, Ano I, Nº 2, Action, Março 1996.
  2. FAB 2900: BYE BYE AO BOEING C-767! http://blog.aeroentusiasta.com.br/2019/07/fab-2900-bye-bye-ao-boeing-c-767.html. Visitado em 06/01/2020.