No dia 22 de outubro de 1922, foi lançada a pedra fundamental do “Posto de Aviação de Santos”, no chamado Sítio de Conceiçãozinha, em cerimônia que contou com a presença do Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Epitácio Pessoa. O Sítio de Conceiçãozinha, no entanto, mostrou-se inadequado para a construção das instalações e um outro local foi escolhido, junto à Vila da Bocaina.
Surgiu então, naquele local, a Base de Aviação Naval de Santos, unidade da Aviação Naval da Marinha de Guerra, cuja construção foi iniciada a partir de 1925. Em 1927, um dos tantos pioneiros brasileiros da aviação, João Ribeiro de Barros, pousou em Santos com o “JAHU”, um hidroavião Savoia-Marchetti. A partir de 1934, a Base passou a dar apoio à linha Rio de Janeiro – Rio Grande do Sul do Correio Aéreo Naval.
A 20 de janeiro de 1941, a Base de Aviação Naval de Santos passou à subordinação do recém-criado Ministério da Aeronáutica; em maio daquele ano, foi redenominada como Base Aérea de Santos – BAST, unidade da Força Aérea Brasileira.
Durante os sombrios dias da IIª Guerra Mundial, e particularmente após a declaração de guerra à Alemanha e Itália em 22 de agosto de 1942, a BAST apoiou as patrulhas anti-submarino, cobrindo a faixa do litoral deste Paranaguá até Ubatuba, e de escolta a comboios, chegando e saindo do Porto de Santos. Em 1945, a vigilância em torno das instalações militares na Baixada Santista foi redobrada, dada a declaração de guerra do Brasil ao Japão. Com a suspensão do Estado de Guerra em novembro de 1945, contabilizou-se a valiosa contribuição da BAST no esforço de guerra: 2.255 horas de vôo em 1.246 missões de patrulhamento.
Ao terminar a guerra, voltou-se a BAST para o apoio à população civil da região, transportando estudantes, professores, religiosos e médicos, e evacuando enfermos. Em 1967, a BAST passou a designar-se Destacamento de Base Aérea de Santos, e passou a abrigar em suas instalações o Centro de Instrução e Emprego de Helicópteros, responsável pela instrução de pilotos e mecânicos em aeronaves de asas rotativas.
No dia 20 de outubro de 1967 chegaram a Santos os primeiros helicópteros do Centro: um Sikorski SH-19 (FAB 8507) e três Bell H-13H (FAB 8502, 8515 e 8522). Pouco mais de um mês após a chegada dessas aeronaves, uma tripulação do Centro realizou a primeira missão de busca e salvamento, a 22 de novembro, transportando uma pessoa gravemente ferida de Iguape para um hospital em Santos.
Em 4 de junho de 1973, o Centro foi substituído pela ALA 435, cuja existência perdurou até 1979; redesignada então como Base Aérea de Santos, passou a abrigar o 1º/11º Grupo de Aviação, unidade dedicada à formação de pilotos e mecânicos de helicópteros da FAB, além de desempenhar missões de busca e salvamento e operações aéreas especiais.
Ao longo de sua história, inúmeras foram as missões de resgate executadas por tripulações sediadas na BAST como, por exemplo, durante o incêndio do Edifício Joelma, na cidade de São Paulo, em 1974; e quando das enchentes no Estado de Santa Catarina, em 1983. Voando em condições precárias de visibilidade, essas tripulações cumpriram com o seu dever: defender o Brasil e seu povo, se necessário, em troca de suas próprias vidas.
* Agradecimentos à BAST e ao Cap.-Inf. R. Hebmuller pela colaboração na preparação desta página.
Bibliografia:
- Histórico. Base Aérea de Santos.
- “Base Aérea de Santos – 75 anos”. In: Aerovisão, Ano XXII, Nº 191, Agosto/Outubro 1997.