Base Aérea do Recife

Base Aérea do Recife

Durante os primeiros anos da IIª Guerra Mundial, o governo brasileiro temia uma possível invasão do Nordeste do Brasil, tendo em vista os sucessos dos exércitos alemão e italiano no Norte da África; além disso, Dakar, o ponto mais próximo do Brasil na África, era controlada pelo governo francês de Vichy, colaboracionista do governo nazista.

Com a guerra aumentando de proporções, principalmente quanto aos ataques submarinos do Eixo à navios mercantes aliados e brasileiros, e a fragilidade das defesas brasileiras no Nordeste, o recém-criado Ministério da Aeronáutica estabeleceu diversas bases aéreas ao longo da costa.

Tendo a guerra como pano de fundo, foi criada a Base Aérea do Recife – BARF a 24 de julho de 1941. Dentre as bases aéreas da FAB, destaca-se a BARF por ter sido criada após a criação da FAB.

Iniciando suas atividades a 23 de outubro do mesmo ano, a BARF desempenhou importante papel durante a IIª GM, abrigando inicialmente o 6º Regimento de Aviação – 6º RAv, o qual utilizou as aeronaves Vought V-65B Corsair, North-American NA-72, Douglas B-18 Bolo, Lockheed A-28A Hudson e Curtiss P-36A, a partir de 1942. A partir de julho de 1944, a BARF sediou o 1º Grupo de Bombardeio Médio, equipado com o Lockheed-Vega PV-1 Ventura. As missões desempenhadas eram as de escolta a comboios, patrulha antissubmarina e busca no litoral do Nordeste.

Com o final da guerra e posterior reorganização da FAB, o 6º RAv foi desativado e em seu lugar, a 24 de março de 1947, foi criado o 1º/6º Grupo de Aviação – 1º/6º GAV, não tendo, no entanto, sido ativado.

Em junho de 1951, o Centro de Treinamento de Quadrimotores – responsável pela introdução em serviço dos famosos Boeing B-17G Fortaleza Voadora – foi transferido da Base Aérea do Galeão para a BARF. Em 15 de outubro de 1953, foi ativado o 1º/6º GAV “Carcará”, o qual herdou os B-17G do extinto Centro e passou a desempenhar missões de busca e salvamento, reconhecimento fotográfico e, eventualmente, transporte aéreo.

Em 20 de novembro de 1957, foi criado o 6º Grupo de Aviação, composto pelos seus 1º e 2º esquadrões. Este último já havia sido absorvido pelo 1º/6º GAV quando da desativação das aeronaves B-17G, em 1968; para substituí-las, o 1º/6º GAV recebeu os Lockheed SC-130 Hércules; atualmente, opera as aeronaves EMBRAER R-95 Bandeirante e Gates Learjet R-35A em missões de reconhecimento.

Na década de 60, a BARF sediou também a Esquadrilha de Reconhecimento e Ataque 21 – ERA-21, equipada com os North-American T-6. Em 20 de julho de 1973, em substituição à ERA-21, foi ativado o 2º Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque – 2º EMRA. Utilizando aeronaves de asa fixa – T-6, Neiva L-42 Regente e Neiva T-25A – e aeronaves de asa rotativa – Bell OH-4 e Bell UH-1H – o 2º EMRA deu origem, em 9 de setembro de 1980, ao 2º/8º GAV “Poti”.

Completando o conjunto de unidades aéreas nela sediadas, a BARF abrigou também o 2º Esquadrão de Transporte Aéreo “Pastor” o qual, equipado com aeronaves EMBRAER C-95B Bandeirante, era responsável pelas missões de transporte aéreo no âmbito do II COMAR, ao qual a BARF era subordinada.

Em 11 de julho de 2024, a BARF foi desativada, através da Portaria N.º 1.475 GABAER/GC3.

Bibliografia:

  1. BARF – 50 Anos. Edição Histórica. Recife, 1991
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