Base Aérea dos Afonsos

Base Aérea dos Afonsos

O lendário Campo dos Afonsos é o Berço das Aviações Civil e Militar Brasileiras! As atividades aéreas, nessa localidade, tiveram início em 02 de fevereiro de 1914, quando foi inaugurada a Escola Brasileira de Aviação – EBA, que tinha a finalidade de formar pilotos civis e militares, sendo estes tanto para a Marinha, quanto para o Exército Brasileiro.

As atividades da EBA nortearam a necessidade da criação de uma Escola de Aviação voltada exclusivamente para a Aviação Militar, com a assessoria de uma Missão Francesa de Aviação, que havia sido autorizada pelo Ministro da Guerra, e que seria construída no lado oposto das instalações da EBA. As tarefas e as operações da Escola de Aviação Militar são uma outra história e nos fixaremos no primeiro segmento de aviação do Campo dos Afonsos, ou seja, onde foi criada a atual Base Aérea dos Afonsos.

Aproveitando essas instalações, assim como a chegada de novas aeronaves, o Decreto nº 20.023, de 21 de março de 1931, cria o Grupo Misto de Aviação – GMA, cujo primeiro comandante é o Major Eduardo Gomes. Esse Grupo é que dá início a integração nacional pela aviação, pois logo em 12 de junho de 1931 é realizada a primeira linha do Correio Aéreo Militar – CAM, executada pelo Curtiss Fledgling “K-263”, pilotado pelos tenentes Casimiro Montenegro e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, ligando o Campo dos Afonsos à cidade de São Paulo.

Com a restruturação da Aviação Militar, em 1933, após a experiência do emprego da aviação na Revolução Constitucionalista de 1932, onde o Grupo Misto de Aviação participou ativamente das operações de combate aos revoltosos paulistas, o GMA é transformado no 1º Regimento de Aviação – 1º RAv, em 20 de julho de 1933.

Durante a Revolução Comunista de 1935, episódio conhecido como a Intentona Comunista, o 1º RAv enfrentou um levante, porém a determinação do Ten.-Cel. Eduardo Gomes, seu comandante, possibilitou a derrota dos revoltosos comunistas, que na calada da noite de 27 de novembro iniciaram o covarde assassinato de seus irmãos de armas que estavam dormindo, porém com preferências ideológicas diferentes.

Em 1939, é criado o 1º Corpo de Base, subordinado ao 1º RAv, com a incumbência de realizar o apoio administrativo e de segurança das instalações da área ocupada pelo Regimento. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, inúmeras modificações ocorreram e pelo Decreto-lei no 5.198, de 16 de janeiro de 1943, o 1º RAv é transferido para o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, que passaria a chamar-se Base Aérea de Santa Cruz posteriormente.

Para ocupar as instalações, é criado, em 05 de outubro de 1944, pelo Decreto-lei nº 6.926, o 2º Grupo de Transporte – 2º GT, equipado com aeronaves Douglas C-47 e subordinado à Diretoria de Rotas Aéreas, com a incumbência de realizar as missões do Correio Aéreo Nacional – CAN. Essa Unidade Aérea permaneceu nos Afonsos até 01 de agosto de 1952, quando, pelo Decreto nº 31.232, a sede da Unidade é transferida para a Base Aérea do Galeão.

O recebimento dos Fairchild C-82 pela FAB, que sendo destinados ao 2º GT, a fim de apoiar as missões de colaboração com a Brigada Pára-quedista do Exército, a Portaria 51/GM2, de 18 de novembro de 1954, determina a volta da Unidade para os Afonsos, onde permaneceu até a sua transformação no 1º Grupo de Transporte de Tropas – 1º GTT, organizado pelo Decreto no 43.089, de 22 de janeiro de 1958.

Aproveitando o espaço existente e a afinidade de missões, já que também apoiaria o Exército, foi criada nos Afonsos pelo Decreto nº 38.295, de 12 de dezembro de 1955, a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação – 1ª ELO, equipada com aeronaves Cessna L-19A Bird Dog. Tal Unidade permaneceu em atividades até 19 de julho de 1972, quando, pela Portaria 019/GM3, foi desativada.

Continuando as suas evoluções de estrutura, é criada pelo Decreto nº 42.737, de 04 de dezembro de 1957, a Base Aérea dos Afonsos – BAAF, subordinada ao Comando de Transporte Aéreo – COMTA e teria a incumbência de apoiar o 1º GTT e a 1ª ELO, nas atividades de colaboração com o Exército Brasileiro.

Em decorrência da evolução na aviação de asas rotativas da FAB, ocorrida em 1980, é transferido para a BAAF o 3º/8º Grupo de Aviação – 3º/8º GAV, pelo Decreto nº 85.268, de 20 de outubro de 1980, equipado com aeronaves Aerospatiale AS-330 Puma CH-33.

Na atualidade, a BAAF abriga três importantes Unidades operacionais da FAB, a saber: 1º GTT, dotado com dois Esquadrões equipados, respectivamente com aeronaves DHC-5A Buffalo e Lockheed C-130E Hércules; o 3º/8º GAV, equipado com helicópteros Eurocopter CH-34 Super Puma e aviões Neiva Regente ELO L-42 e o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento – EAS, conhecido como PARA-SAR, que é uma Unidade de pronto emprego da FAB, adestrada para o resgate de tripulantes abatidos em combate e um grande rol de outras tarefas correlatas.

  • Agradecimentos aos Cel.-Av. Antonio Luiz Corrêa, Cel.-Av. Aparecido Camazano Alamino e Cel.-Av. Antonio Ricieri Biasus pela colaboração na preparação desta página.

 

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