Famoso por sua atuação na IIª Guerra Mundial, o bombardeiro Boeing B-17G “Fortaleza Voadora” foi empregado pela FAB, nas versões SB-17G e RB-17G, em missões de Busca e Salvamento (SAR), Reconhecimento Aerofotográfico e Transporte.
De acordo com o acordado no Pacto do Rio de Janeiro (1947), treze dessas aeronaves foram destinadas ao Brasil, em 1951. Nesse mesmo ano, foram transferidas cinco SB-17G e uma RB-17G, as quais foram entregues ao Centro de Treinamento de Quadrimotores – CTQ, criado a 24 de janeiro de 1951 e sediado na Base Aérea do Galeão. Após o período inicial de treinamento das equipagens, e a fim de melhor atender aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, referentes ao serviço de busca e salvamento, o CTQ foi transferido para a Base Aérea do Recife, em 1951. Em 1952, foi perdida em acidente uma B-17G.
Em 1953, o CTQ foi extinto e, em seu lugar, criado o 1º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação, o qual passou a operar as aeronaves SB-17G e RB-17G. Em 1954 e 1955, foram recebidas mais sete aeronaves. A existência de doze aeronaves em serviço permitiu a expansão das atividades e, em 20 de novembro de 1957, foi ativado o 6º Grupo de Aviação, composto por dois esquadrões: o 1º/6º GAv concentrou-se nas missões de busca e salvamento e o 2º/6º GAv passou a desempenhar as missões de reconhecimento aerofotográfico. Além dessas missões, ambos os esquadrões realizavam as missões de longo curso do Correio Aéreo Nacional – principalmente em suporte ao contingente brasileiro da “United Nations Emergency Force”, sediado na Faixa de Gaza, a partir de 1956 – por serem as únicas aeronaves disponíveis na FAB, à época, capazes de voar a grandes distâncias.
Em 1955, as doze aeronaves restantes receberam as matrículas FAB 5400 a 5411. Em 1959, foi perdida em acidente a aeronave FAB 5404, seguida da FAB 5405 em 1962 e da FAB 5409 em 1964. De 1965 a 1968, as SB/RB-17G remanescentes foram sendo paulatinamente desativadas; com a diminuição do número de aeronaves disponíveis, o 2º/6º G Av foi absorvido pelo 1º/6º G Av. Após 17 anos de bons serviços prestados, as SB/RB-17G foram desativadas.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Boeing B-17G)
- Motor: 4 motores radiais de 9 cilindros Wright R-1820-97 de 1.200 HP, equipados com turbocompressor externo
- Envergadura: 31,62 m
- Comprimento: 22,65 m
- Altura: 5,81 m
- Superfície alar: 130 m2
- Peso: 16.345 kg (vazio); 25.129 kg (máximo)
- Velocidade: 499 km/h (máxima, a 7.620 m)
- Razão de ascensão: 217,71 m/min
- Teto de serviço: 10.668 m
- Alcance: 4.020 km
Perfis
Bibliografia:
- J. Baugher, “B-17 With Foreign Air Forces”. http://home.att.net/~jbaugher2/b17_27.html
- F.C. Pereira Netto, “Aviação Militar Brasileira 1916-1984”, Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.