Em 1962, a de Havilland Canada ganhou uma competição, promovida pelo U.S. Army, para produzir uma aeronave STOL (“Short Take-Off and Landing”), com motores turboélice, com maior capacidade de carga, mais rápida e com maior alcance do que o de Havilland Canada DHC-4 Caribou, 159 dos quais encontravam-se então em operação a partir de 1961 pelo U.S. Army, onde eram designados como AC-1 (ou CV-2 a partir de 1962).
A aeronave proposta, o DHC-5, foi inicialmente batizado de Caribou II mas recebeu o nome Buffalo posteriormente; ele recebeu a designação militar AC-2 e, em 1962, foi redesignado como CV-7A.
Devido a uma mudança na política de aquisição de material militar pelo governo norte-americano, o qual passou a favorecer fornecedores norte-americanos, apenas quatro exemplares de avaliação foram adquiridos pelo U.S. Army. Em 1965, dois deles foram avaliados em operação no Vietnã, apoiando operações de forças especiais. Em 1967, os quatro Buffalo foram transferidos para a U.S. Air Force, a qual assumiu a responsabilidade de operar aeronaves de transporte de asa fixa.
Em 1963, a Royal Canadian Air Force adquiriu 15 DHC-5A, os quais foram designados como CC-115. Em 1965, a Força Aérea Brasileira selecionou o DHC-5A para substituir os Fairchild C-82 Packet, então em serviço junto ao 1º/1º Grupo de Transporte de Tropa. Entregues a partir de 1968, as 24 aeronaves adquiridas foram designadas como C-115 pela FAB.
C-115 2373, 1º/9º Grupo de Aviação (via N.L. Senandes).
C-115 2369, 1º/9º Grupo de Aviação (foto A. Camazano A.)
C-115 2353 1º/1º Grupo de Transporte de Tropa (via N.L. Senandes).
Conhecido como “Búfalo”, a introdução em serviço do C-115 em muito aumentou a capacidade operacional da FAB, em apoio às atividades do Exército Brasileiro. Os “Búfalo” foram utilizados pelo 1º/1º GTT até novembro de 2002, quando foram substituídos pelos Lockheed C-130 Hércules.
Em 1970, o C-115 passou a operar em outros dois esquadrões da FAB, o 1º/9º Grupo de Aviação (sediado em Manaus-AM) e o 1º/15º Grupo de Aviação (sediado em Campo Grande-MT). Os C-115 foram substituídos no 1º/15º GAV pelos EMBRAER C-95 Bandeirante em 1981.
Em novembro de 2002, os Búfalo foram substituídos no 1º GTT pelos C-130 Hércules. Daí até 2007, os C-115 foram operados exclusivamente pelo 1º/9º GAV.
Outro operador do C-115 foi o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo – PAMA SP, o qual era responsável pelas revisões da aeronave e operava uma aeronave em missões de transporte logístico.
C-115 BÚFALO NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA
MATRÍCULA FAB
C/N
DATA DE ENTREGA
NO CANADÁ
OBSERVAÇÕES
2350
15
02/07/1968
w/o 12/11/1990, após decolar do Galeão-RJ
2351
17
10/10/1968
2352
18
10/10/1968
2353
20
10/10/1968
2354
22
15/10/1968
2355
24
04/12/1968
acidentado no Campos dos Afonsos-RJ, 27/11/1986 (sem
vítimas)
2356
26
01/12/1968
w/o 18/10/1974, no Campo dos Afonsos-RJ
2357
27
01/01/1969
acidentado em Rio Branco-AC
2358
28
04/02/1969
w/o 16/03/1978, em Rio Branco-AC
2359
29
17/03/1969
2360
30
18/03/1969
2361
31
03/04/1969
danificado em acidente em Manaus-MN, 15/05/1995, w/o
2362
32
02/04/1970
2363
33
17/04/1970
wfu PAMA-SP
2364
34
24/04/1970
2365
35
03/07/1970
operado pelo PAMA-SP
2366
36
22/07/1970
w/o 18/09/1974, em Ponta Porã-MT
2367
37
31/08/1970
2368
38
29/09/1970
2369
39
27/10/1970
2370
40
23/11/1970
2371
41
17/12/1970
2372
42
23/12/1970
w/o 23/02/1973, em Manaus-MN
2373
43
25/01/1971
acidentado 04/02/1985
FONTE: ARQUIVOS A. CAMAZANO A.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (de Havilland Canada C-115 Búfalo)
Motor: 2 turboélices GE CT64-820-1 de 3.055 shp
Envergadura: 29,26 m
Comprimento: 24,08 m
Altura: 8,73 m
Superfície alar: 87,8 m2
Peso: 10.505 kg (vazio); 18.598 kg (máximo)
Velocidade: 435 km/h (máxima)
Razão de ascensão: 575 m/min
Teto de serviço: 9.150 m
Alcance: 3.490 km
Tripulação: 3 (piloto, co-piloto e mestre de carga)
Carga útil: 41 soldados equipados ou 35 paraquedistas ou um veículo de 1/4 ton ou equivalente em carga.
Perfis
C-115 2370, 1º Grupo de Transporte de Tropa – Campeão da XIV Reunião da Aviação de Transporte (Canoas, 1992).