O treinador a jato Fouga Magister foi produzido no início da década de 1950 em resposta a uma necessidade do Armée de l’Air – AdA francês de substituir os treinadores a jato Lockheed T-33A Thunderbird.
A empresa Fouga desenvolvia, à época, planadores motorizados com a finalidade de testar turbinas a jato. Em 1949, foram realizados os primeiros vôos do CM8R.13 Sylphe, um planador com cauda em “V” e equipado com uma turbina “Piméné” de 85 kgf de potência, montada acima da asa, em uma configuração parecida com a do jato alemão Heinkel 162 Salamander, utilizado ao final da IIª Guerra Mundial. Ainda em 1949, foi desenvolvido o treinador a jato CM130R, mas devido à pouca potência das turbinas e falta de recursos para desenvolvimento, o projeto foi abandonado.
A partir do CM8R, foi desenvolvido o CM88R Gémeaux, birreator, o qual tinha duas fuselagens do CM8, unidas por uma seção de asa, e com os dois lemes em “V” acoplados, na forma de um “W”.
O bom desempenho demonstrado pelo CM88R, o qual voou pela primeira vez em 6 de março de 1951, levou à retomada do desenvolvimento do treinador a jato CM130R. Em 23 de maio de 1952, voou pela primeira vez o protótipo do CM170 Magister, o qual era equipado com duas turbinas Turboméca Marboré II e apresentava a cauda em “V” do CM8R. O segundo protótipo foi equipado com uma empenagem convencional, mas a partir do terceiro protótipo reverteu-se à cauda em “V”.
A partir de 1956, um total de 89 Magister foram adquiridos pelo AdA, utilizando-os nas École de l’Air e École de Chasse. Um dos principais usuários na França foi a esquadrilha aerobática Patrouille de France.
Uma versão naval, o CM175 Zéphyr, dotada de gancho de parada, foi desenvolvida para uso pela Aéronavale (força aeronaval francesa) a bordo de seus porta-aviões, tendo sido construídos 32 exemplares. O CM170-2 Super Magister era equipado com duas turbinas Turboméca Marboré VI, de maior potência, e um total de 130 exemplares dessa versão foram construídos. Alguns Magister foram equipados com metralhadoras e pilones subalares, sendo utilizados em missões de ataque ao solo por pilotos da força aérea israelense durante a Guerra dos Seis Dias (1967).
Os Magister foram produzidos sob licença na Alemanha, Finlândia e Israel. Ao todo, foram produzidos 929 Magister, em suas diferentes versões, os quais foram utilizados por 19 países.
No Brasil
Em 1968, foram adquiridos sete Super Magister, a fim de equipar a Esquadrilha da Fumaça. Essas aeronaves foram designadas como T-24 e matriculadas FAB 1720 a 1726. Os T-24 foram trocados por 22 exemplares do Morane-Saulnier MS760 Paris, então em serviço na FAB.
A utilização dos T-24 pela Fumaça foi breve, pois em 1972 ela voltou a utilizar os North-American T-6. Sua desativação deveu-se ao alto consumo de combustível e necessidade de operar em pistas pavimentadas, o que restringia a sua capacidade de apresentação no Brasil, à época com poucos aeroportos com tais condições no interior do país.
Não obstante, sua utilização marcou sobremaneira as demonstrações da Fumaça, pelo bom desempenho e maior velocidade das aeronaves. Além disso, empregou também pela primeira vez fumaça colorida (verde, amarela e azul, além da branca), o que emprestava maior brilho às suas demonstrações.
* Agradecimentos ao Cel.-Av. R1 Aparecido Camazano Alamino pela colaboração na preparação dessa página.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Fouga CM170 Super Magister T-24)
- Motor: 2 turbojatos Turboméca Marboré VI de 1.058 lb de empuxo
- Envergadura: 12,15 m
- Comprimento: 10,06 m
- Altura: 2,80 m
- Superfície alar: 17,30 m2
- Peso: 2.310 kg (vazio); 3.260 kg (máximo)
- Velocidade: 700 km/h (máxima)
- Razão de ascensão: 1.200 m/min
- Teto de serviço: 12.000 m
- Alcance: 1.400 km
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