Curtiss P-40 Warhawk

O avião de caça monomotor Curtiss P-40 equipou a Força Aérea Brasileira de 1942 a 1955. Em abril de 1942, chegaram os primeiros Curtiss P-40E, sob os auspícios do projeto nº B-905 do programa norte-americano “Lend-Lease”. Ao final da guerra, um total de 87 exemplares haviam sido recebidos, distribuídos entre as seguintes variantes: seis E-1, 31 K-1, K-10 e K-15, nove M e 41 N.

P-40K FAB 09 do Grupamento Monoposto-Monomotor, Natal, 1943 (foto Jose E Magalhães Mota).

Em novembro de 1942 chegaram nove P-40K e, nos primeiros três meses de 1943, outros vinte foram recebidos. Em fevereiro de 1943, nove P-40M foram recebidos.

Os P-40 foram utilizados principalmente no nordeste do Brasil, a fim de auxiliar na defesa aérea e patrulha antissubmarino; alguns exemplares foram localizados na região sul do país.

Curtiss P-40 da FAB.

Dois outros P-40K-1 foram transferidos da USAAF para a FAB em outubro de 1944, sob o projeto “Lend-Lease” nº B-54220, onde foram utilizados na Escola Técnica de Aviação. Seus números de série norte-americanos eram 42-46213 e 42-46294.

De setembro de 1944 a março de 1945, foram recebidos 41 P-40N. Ao final da guerra, a FAB promoveu uma reorganização de seus efetivos, concentrando em uma mesma base todos os aviões de um determinado tipo. Assim, os P-40, em todas as suas variantes, foram transferidos para a Base Aérea de Canoas, onde vieram a equipar o 3º Grupo de Caça do 3º Regimento de Aviação.

Um P-40N da FAB.

Em 1947, o 3º Grupo de Caça passou a denominar-se 1º/14º Grupo de Aviação, continuando a operar os P-40 até fins de 1954, quando houve um acidente fatal com um deles, causado por fadiga na longarina da asa. Era necessário um reforço na longarina, nas versões K, M e N, as quais utilizavam pneus de maior diâmetro; porém, tal necessidade aparentemente nunca foi comunicada à FAB.

Após o acidente, cessaram as operações com os P-40, os quais passaram a serem removidos para o Parque de Aeronáutica de São Paulo, encerrando assim a era do Curtiss P-40 na FAB.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (P-40N)

  • Motor: Allison V-1710-99, 1.200 HP, V-12, refrigerado a líquido
  • Envergadura: 11,37 m
  • Comprimento: 10,15 m
  • Altura: 3,75 m
  • Superfície alar: 21,92 m2
  • Peso: 2.812 kg (vazio), 4.014 kg (máximo)
  • Velocidade: 563,5 km/h (máxima, a 4.998 m)
  • Razão de ascensão: 646,17 m/min
  • Teto de serviço: 9.449 m
  • Alcance: 1.206 km (máximo)
  • Armamento: 3 metralhadoras Browning M2 de .50 pol em cada asa; até 680,4Kg em cargas externas

Perfis:

P-40E FAB 01, Agrupamento de Aeronaves P-40, Natal, 1942.
P-40E FAB 04, 2º Grupo de Caça, Natal, 1944.
P-40E 4021, 1º/14º Grupo de Aviação.
P-40K FAB 12, Grupamento Monoposto-Monomotor, Natal.
P-40K FAB 210, Grupamento Monomotor, Recife, 1943.
P-40K 4035, Esquadrilha Branca, 1º/14º Grupo de Aviação.
P-40M FAB 36, 1º Grupo Misto de Aviação, Natal, 1944.
P-40M 4054, Esquadrilha Branca, 1º/14º Grupo de Aviação.
P-40N FAB 48, 2º Grupo de Caça.
P-40N FAB 77, 2º Grupo de Caça.
P-40N FAB 42, 3º Grupo de Caça.
P-40N FAB 57, 3º Grupo de Caça.
P-40N FAB 63, 3º Grupo de Caça.
P-40N 4079, 3º Grupo de Caça.
P-40N 4095, 3º Grupo de Caça.
P-40N 4064, Esquadrilha Amarela, 1º/14º Grupo de Aviação.
P-40N 4085, Esquadrilha Verde, 1º/14º Grupo de Aviação.
P-40N 4090, Esquadrilha Vermelha, 1º/14º Grupo de Aviação.
F-40M 4057, Esquadrilha Negra, 1º/14º Grupo de Aviação.
F-40N 4068, Esquadrilha Azul, 1º/14º Grupo de Aviação.
F-40N 4079, 1º/14º Grupo de Aviação. Aeronave usada pelo comandante do esquadrão e conhecida como “Colorido-Uno”.

Bibliografia:

  1. C. Lorch, “A Caça Brasileira – nascida em combate”, Action Editora, Rio de Janeiro, 1993.
  2. F.C. Pereira Netto, “Aviação Militar Brasileira 1916-1984”, Editora Revista de Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.
  3. J.E. Magalhães Motta, “Força Aérea Brasileira 1941-1961 – Como eu a vi…”, INCAER, Rio de Janeiro, 1992.
  4. J.L.P. Casella, R.D. da Cunha, “Já te atendo tchê! A história do 1º/14º GAV, o Esquadrão Pampa”, Action Editora, Rio de Janeiro, 2005.
  5. R.D. da Cunha, M. Overall, D. Hagedorn (colab.). “Zé Loro! – The Curtiss P-40 in Brazilian Air Force Service”. http://www.geocities.com/CapeCanaveral/8497/hawks.htm, 1997.

Para conhecer mais sobre a história do P-40 na FAB, adquira o livro “Curtiss P-40 no Brasil”, escrito em português e em inglês, de autoria de Leandro Casella e Rudnei Dias da Cunha.

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